O Movimento Socialista do Cazaquistão se opõem completamente à “descomunização”!

Por Movimento Socialista do Cazaquistão, via Solidnet, traduzido por Euclides Vasconcelos

O Movimento Socialista do Cazaquistão constata o fortalecimento da campanha estatal pela total “descomunização” do país, que se expressa, dentre outras coisas, através da “reabilitação final” daqueles que foram reprimidos entre os anos de 1918 e 1953, o que inclui o Basmachi, que participou em insurreições anti-soviéticas, terroristas e militantes da Legião do Turquestão da Wehrmacht e as unidades mulçumanas da SS.

É interessante que Astana esteja afirmando a reabilitação 250 mil pessoas, mas até agora as listas destes não foram divulgadas para que possamos ter a certeza de quem realmente está nelas. Ao mesmo tempo, não são divulgados quais artigos do Código Penal da República Socialista Federativa Soviética da Rússia (RSFRS) e, a então, República Socialista Soviética do Cazaque (RSS Cazaque), foram eles finalmente absolvidos. É possível fazer uma suposição razoável de que, além de seguir o exemplo do projeto de lei de reabilitação do Quirguistão preparado pela Fundação Soros e pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), as “vítimas do regime stalinista” incluíram os mesmos criminosos e bandidos alcançar esta enorme quantidade.

Para evidenciar a proporção do “Terror Bolchevique” no dia 12 de janeiro, o Conselheiro de Estado Yerlan Karin apresentou 31 volumes de documentos e materiais tratando da história de diversas categorias de vítimas da repressão para Kassym-Jomart Tokayev. E ele também assegurou que “esse ano a Comissão do Estado continuará o estudo da história das vítimas da repressão, digitalizará documentos que estão em arquivos físicos para espaços de armazenamento eletrônico, e as demais comissões continuarão o seu trabalho de reabilitação de todas as pessoas que anteriormente não haviam sido contempladas pelas leis e decretos de reabilitação.”

É óbvio que as autoridades da República do Cazaquistão escolheram o caminho de criar a Comissão do Estado para a Reabilitação Final sob a influência da resolução do Parlamento Europeu, a qual igualou a União Soviética com a Alemanha Nazista. Seguindo essa lógica, não é mais vergonhoso não somente justificar os membros da Legião do Turquestão da Wehrmacht, assim como a divisão da SS “Novo Turquestão”, formada em 1944 para lutar os partisanos em Belarus, assim como os soldados do 1º Regimento Oriental Muçulmano da SS, formado em 1944 e que participou na repressão da Revolta de Varsóvia.

Nós também concluímos que o rascunho da lei de reabilitação no Quirguistão, ressubmetida para o parlamento local e preparada pela Fundação Soros e o USAID e o decreto de novembro do presidente do Cazaquistão Kassym-Jomart Tokayev que estabeleceu a Comissão do Estado para Reabilitação Final, foram feitos pelo mesmo método e pertencem ao mesmo esquema introduzido pelo estrangeiro.

Concomitante a isso, membros da Comissão do Estado já apresentaram uma proposta para criminalizar qualquer pessoa que negue o “Holodomo”, que insulte o fundador e ideólogo da Legião do Turquestão da Wehrmacht e as unidades muçulmanas da SS, assim como reabilitar Basmachi e os partícipes das revoltas anti-soviéticas. Agora estes elementos são apresentados pela propaganda como lutadores pela libertação nacional, e apenas isso traz a base ideológica desta “reabilitação”.

Ao mesmo tempo, historiadores, oficiais do governo e deputados estão constantemente tentando igualar as “vítimas da repressão” à aqueles que morreram de fome no ano de 1921, assim como no ano de 1932, afirmando que o “genocídio Cazaque” teve seu início a partir da fundação do Poder Soviético e a criação República Socialista Soviética Autônoma Cazaque criada por Lênin e Kalinin (KASSR). Na literatura oficial e na mídia, estimativas anti-científicas na casa de 3 a 4 milhões de pessoas teriam morrido.

Tal propaganda está sendo ativamente utilizada na campanha pré-eleitoral para eleições antecipadas ao parlamento e autoridades representativas locais pelo partido liberal de direita nacionalista Ak Zhol, assim como por vários outros autoproclamados nacionalistas. O carro-chefe foram as propostas de tornar feriados nacionais as datas da fundação e as atividades do partido contrarrevolucionário Alash e o Governo Branco de Alash-Orda.

Em especial, membros do partido Ak Zhol propuseram celebrar enquanto o “Dia dos Defensores da Pátria” o dia da criação dos destacamentos armados da Horda Alash, formadas no dia 16 de julho de 1918, as quais posteriormente oficialmente fizeram parte do Exército Branco de Kolchak, e que foram também designadas para as divisões do Exército Cossaco de Semirechensk. Ou seja, algozes vestidos com uniformes Cossacos e unidades de Kolchack armadas pelas potências da Entente foram propostas para enquanto símbolos para honrar as forças armadas do Cazaquistão independente.

O último elemento da total “descomunização” foi o pronunciamento do Deputado Primeiro Ministro Altai Kulginov, feito em 13 de fevereiro, que até 2025 os nomes de mais de três mil povoados e ruas serão removidos no Cazaquistão, como parte da execução do decreto de 2018 de Nursultan Nazarbavev que trata sobre a eliminação de “nomes ideologicamente antiquados”.

Nós estamos falando de uma limpeza completa de qualquer nome soviético e russo da toponímia da república, através das listas de “figuras históricas” verificadas, como as acima mencionadas, incluindo senhores feudais, magnatas que oprimiram o povo, Horda Alash, personalidades da Legião do Turquestão da Wehrmacht, como Mustafa Shokai, os quais muitos já nomeiam ruas, bibliotecas e shopping centers, assim como outras figuras que lutaram contra o governo soviético.

Tais atividades, que através da justificação política e jurídica de inimigos e traidores da pátria, reconhecimento do “Holodomor” e a renomeação de todos os nomes históricos de cidades e ruas, tem enquanto objetivo apagar da mente de gerações mais novas a memória de outra ordem social e política, assim como criar a imagem de que a URSS foi um Estado de repressão contínua e genocídio ao povo Cazaque.

Isso não pode ser ignorado pelos comunistas e por todos os apoiadores do Socialismo. É necessário contra-atacar energicamente esse apagamento concretamente, inclusive participando das assim chamadas “audiências públicas”, denunciando em todo lugar o caráter destrutivo da reescrita da história e do passado.

No futuro próximo, o Movimento Socialista do Cazaquistão pretende inciar uma campanha informativa internacional entre os Partidos Comunistas e as organizações de esquerda contra a “descomunização” total no Cazaquistão e no Quirguistão, iniciada pelos governos locais com a participação de instrutores Ocidentais.

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