Servindo aos Poucos

Por Michel Parenti, via Peace Review, traduzido por Eros Viana

Introdução

Este texto de Michael Parenti dá conta da política externa dos EUA em suas nuances, seja na questão da acumulação capitalista através do complexo industrial-militar, seja para entender o motivo por trás de sua existência e sua utilidade para a burguesia internacional. Para análises mais aprofundadas do modus operandi dos EUA em sua política externa e interna feitas pelo autor, recomenda-se a leitura de seus livros Democracy for the Few (Democracia para os Poucos), Against Empire (Contra o Império), para um profundo entendimento sobre as políticas imperialistas, sua acumulação e expansão de capital, bem como o papel profundo do complexo industrial-militar, e Inventing Reality: the politics of mass media (Inventando a Realidade: a política da mídia de massas) para uma compreensão completa da manipulação midiática acerca dos conflitos e das realidades de classe dentro dos EUA.

Servindo aos Poucos

Há aqueles que criticam a política externa dos EUA por seus erros tolos e sua incoerência. Com certeza, os legisladores de Washington algumas vezes são frustrados por consequências não intencionais, tomados de surpresa, ou frustrados por forças que vão além do seu controle. Eles não são infalíveis nem onipotentes. Mas tão pouco são os tolos que algumas pessoas acreditam que sejam. Em geral, a política externa dos EUA tem sido notavelmente bem-sucedida em minar revoluções populares e em apoiar regimes conservadores de livre-mercado em todas as regiões do planeta.

Muitos estadunidenses reconhecem que políticos frequentemente mentem, que eles afirmam em alto e bom som uma dedicação para o povo enquanto silenciosamente servem interesses poderosos. Mas quando se trata da política externa dos EUA, muitos de nós retiramos esse julgamento. Repentinamente, nós achamos difícil acreditar que os líderes dos EUA enganosamente buscam políticas repressivas no exterior, políticas que pouco têm a ver com paz, democracia e justiça social.

Nas ocasiões infrequentes nas quais a corrente política dominante e a grande mídia debatem política externa, a crítica não vai além de questões operacionais: nossos líderes estão dependendo muito (Ou muito pouco) da nossa força militar? Eles estão tendo dificuldade em agir de forma decisiva? A política em questão será muito cara? Raramente, se é que alguma vez acontece, eles examinam as premissas básicas da política.

Ao invés disso, eles presumem que os Estados Unidos têm um direito de intervir em questões de outras nações para restaurar a ordem, impedir agressão, lutar contra o terrorismo, ou seja lá o que for. É tomado como um dado pronto que esse país resiste à agressão injusta, mas nunca a pratica, que outras nações e não os EUA causam conflitos, que revolucionários de esquerda são perigosos, mas reacionários de direita geralmente não o são (e que definir o que é alguém de esquerda e o que é alguém de direita é desnecessário), e que algo chamado “estabilidade” é mais importante do que mudança revolucionária e do que agitação popular.
Na realidade, a política dos EUA serve majoritariamente aos poucos favorecidos ao invés das pessoas comuns em casa ou no exterior. Da Argentina ao Zaire, do Timor Leste ao Saara Ocidental, campanhas de atrição contrarrevolucionárias patrocinadas pelos EUA tomaram milhões de vidas, com dezenas de milhões de feridos, mutilados, deslocados, exilados ou destruídos emocionalmente. E ainda assim, é difícil escutar uma palavra sobre este holocausto escondido no que se passa por debate político nos EUA.

Nos é dito que os EUA devem demonstrar sua determinação, que devem constantemente demonstrar sua força, flexionar seus músculos, e, portanto, agir como uma grande superpotência. Isto irá evitar que nós sejamos pressionados e intimidados por qualquer nação pequena que esteja começando a ganhar influência (um argumento utilizado para justificar de tudo, da pulverização do Vietnã até o massacre do Iraque). Qualquer hesitação em aplicar nosso poder, nós ouvimos, mina nossa credibilidade e é um prato cheio para a agressão. É possível se perguntar por que os líderes dos EUA se sentem infinitamente motivados a mostrar algo do qual todos estão já estão dolorosamente conscientes: que os EUA é o mais forte poder militar do mundo.

Alguns dizem que essa necessidade nasce da insegurança machista da qual gerações de líderes dos EUA sofrem psicologicamente em comum. Presidentes de fato usualmente desempenham uma postura machista para convencer as pessoas que eles são decisivos e enérgicos. O instrumento fundamental do poder estatal em seu poder de execução, os militares, é construído sobre o machismo — com toda sua ênfase em ser durão, na dominação e na violência. Mas sentimentos machistas não explicam por si só as políticas dos EUA de intervenções forçosas.

Se o aparato militar global dos EUA se origina meramente da necessidade machista de dominação, então por que líderes dos EUA querem dominar algumas nações ao invés de outras? [Apenas] O Machismo falha em explicar o porquê de Washington tomar partido tão consistentemente dos proprietários de terra, autocratas militares, e interesses corporativos transnacionais ao invés de tomar o lado dos trabalhadores, camponeses, estudantes e reformistas igualitários.

A maior parte dessa postura machista permite aos presidentes demonstrar o quão são “durões” e demonstrar sua liderança decisiva. Os ajuda a melhorar seus índices de aprovação pública. No começo de sua presidência, quando o presidente Bill Clinton lançou ataques aéreos homicidas contra o Iraque, ele estava flexionando os músculos de sua imagem, demonstrando o quanto ele não era um fracote e que poderia usar força letal quando “necessário”. O objetivo não é o prazer machista por si só, mas sim se reeleger. Se se travestir de saia e salto alto garantisse a sua reeleição, Clinton e qualquer outro homem da política iria jogar o machismo pela janela e se vestir de acordo.

Líderes políticos sabem que uma demonstração de força reúne o público em torno da bandeira, já que fizeram o povo acreditar que a sobrevivência da nação e a sua própria segurança dependem de tal força. E, no entanto, a maior parte dos cidadãos comuns querem evitar combate; como alternativa eles são alistados. Até mesmo a maior parte dos voluntários se juntam ao exército não por um desejo machista de matar e ser morto, mas sim para buscar uma oportunidade de carreira ou alguma forma de sustento. Ao invés de ser empurrado pela sua testosterona, a maior parte dos soldados precisam de serem ordenados para batalharem sob a ameaça de punições severas.

Rotineiramente nos é dito que os EUA não só têm um direito de intervir, mas sim uma obrigação. É dito que “nós devemos aceitar as responsabilidades delegadas a nós”. Porém, quem delegou essa obrigação a nós, e o porquê os EUA devem se intrometer em todos os cantos do mundo, permanecem sem clarificação. Em 1992, o presidente George H. W. Bush [Bush pai] anunciou que os EUA eram “os líderes mundiais” e que outros países esperavam que nós agíssemos como tal. Cada ocupante da Casa Branca, incapaz de limpar nossas vias aquáticas ou desenvolver sistemas de energia racionais ou prover empregos e moradia decente para milhões em casa [nos EUA], afirmam serem os líderes do mundo inteiro.

Mas na prática, ser líder mundial quer dizer que os EUA irão manter o sistema global de investimentos de livre mercado e acumulação de lucros. Os EUA devem subjugar os elementos que resistem [ao sistema], usando toda e qualquer forma de controle e atrito para manter várias pessoas dentro do controle do estado-cliente [dos EUA]. Aqueles que buscam alternativas devem serem forçados a pedir “arrego” (1), como disse o presidente Ronald Reagan sobre a Nicarágua revolucionária. E de fato o fez, junto com a Etiópia revolucionária e Moçambique revolucionário, após anos de um espancamento patrocinado pelos EUA.

Ouvimos repetidas vezes que os líderes dos EUA se opõem aos países comunistas pois eles não têm uma democracia política. Mas sucessivas administrações de Washington têm apoiado alguns dos regimes mais repressivos do mundo, que regularmente praticam tortura, intimidação, assassinatos e prisões em massa. Washington também apoiou alguns dos piores rebeldes assassinos contrarrevolucionários de direita: a UNITA [União Nacional para a Independência Total de Angola] de Savimbi em Angola, a RENAMO [Resistência Nacional Moçambicana] em Moçambique, os mujahidin no Afeganistão e até mesmo (Na década de 1980) os lunáticos de Pol Pot no Camboja.

Considere o caso de Cuba. A nós nos é dito que décadas de hostilidade dos EUA contra Cuba — incluindo o embargo, a sabotagem e a invasão — resultam do nosso desgosto pelo governo autocrático de Castro e pela preocupação pelas liberdades do povo cubano. Mas qual é o motivo pela repentina vontade de “restaurar” a liberdade cubana? Nas décadas anteriores à Revolução Cubana de 1959, sucessivas presidências dos EUA apoiaram a autocracia brutalmente repressiva encabeçada pelo general Fulgencio Batista.

A significativa, mas pouco falada diferença é que Batista era um líder comprador que mantinha Cuba bem aberta para a penetração de capital dos EUA. Em contraste, Castro eliminou o controle privado corporativo sobre a economia, nacionalizou as propriedades dos EUA, e renovou a estrutura de classes de forma mais igualitária e de forma coletiva: isso é o que o torna tão insuportável.
Longe de apoiar a democracia ao redor do mundo, o Estado de Segurança Nacional dos EUA [U.S. National Security State] desde a Segunda Guerra Mundial ativamente destruiu governos democráticos e progressistas em dezenas de países. Ao justificar o golpe de 1973 do presidente democraticamente eleito do Chile, Salvador Allende, Henry Kissinger argumentou que quando pressionado a escolher entre a economia e a democracia, nós devemos salvar a economia. Mais precisamente, Kissinger queria salvar a grande economia corporativa privada.

Em dois breves anos, a Unidade Popular de Allende transferiu notavelmente o produto interno bruto das elites abastadas, que viviam dos juros, dividendos e do rentismo, para aqueles que viviam de remunerações e salários. No Chile de Allende, os ricos tiveram seus bens de consumo racionados, e deles eram esperados pagar impostos pela primeira vez [na história]. Alguns de seus negócios e propriedades foram nacionalizados. Enquanto isso, os pobres se beneficiaram de empregos em cargos públicos, programas de alfabetização, cooperativas de trabalhadores, e meio litro de leite de graça por dia para cada criança.
Algumas das estações de rádio e televisão do Chile começaram a oferecer uma visão das questões públicos que diferiam do monopólio ideológico da mídia empresarial. Longe de colocar em perigo a democracia, o governo da Unidade Popular de Allende estava colocando em perigo oligarcas privilegiados ao expandir a democracia. O que alarmou líderes como Kissinger não era que as reformas social-democráticas estavam falhando, mas que elas estavam obtendo sucesso. O rumo em direção à igualdade político-econômica tinha de ser parado. Em nome de salvar a democracia do Chile, a CIA e a Casa Branca a destruíram, instituindo uma ditadura fascista que torturou, executou e “sumiu” com milhares, além de reprimir toda a mídia de oposição, partidos políticos, uniões sindicais e organizações de camponeses.

Imediatamente após o golpe militar, a General Motors, que tinha fechado suas plantas industriais após a eleição de Allende, retomou as operações, demonstrando o quanto o Grande Capital está mais confortável com o fascismo do que com a social democracia. Longe de recuperar a economia, o golpe promovido pela CIA provocou uma era de inflação elevadíssima e de dívida pública tão elevada quanto, com aumentos drásticos em desemprego, pobreza e fome.

Washington oficialmente não pode revelar ao povo estadunidense que seus gastos militares gigantescos e suas intervenções beligerantes, na realidade tornam o mundo um lugar mais seguro para a General Motors, General Electric, General Dynamics, e todas as outras General. Ao invés disso, nos é dito que a segurança da nossa nação está em risco. Mas as pessoas nem sempre acreditam que mini-potências como Cuba, Panamá ou Nicarágua, ou uma micro-potência como Granada, de fato ameaçam nossa sobrevivência. Então, durante a Guerra Fria, nos foi dito que essas nações eram meramente instrumentos do engrandecimento do mundo soviético. Por décadas, o “expansionismo soviético” serviu como justificativa para o intervencionismo dos EUA.

Mas por qual motivo o intervencionismo global dos EUA continua depois de tanto tempo que a URSS e a aliança militar do Pacto de Varsóvia foram dissolvidas e que a Guerra Fria foi declarada como acabada? Como o diretor da CIA Robert Gates admitiu, “A ameaça aos Estados Unidos de ataque deliberado vindo daquela parte do mundo pode ter feito de tudo, exceto estar perto de desaparecer no futuro próximo.”

Oficiais estão agora tentando nos convencer que outros inimigos repentinamente apareceram. O antigo Secretário da Defesa Dick Cheney anunciou que a União Soviética não era a única ameaça; que o mundo está cheio de outros perigosos adversários que ele aparentemente não tinha visto antes. Agora nós descobrimos que problemas podem surgir de dentro dos próprios países de Terceiro Mundo, mesmo sem qualquer incitação soviética.

Legisladores dos EUA e seus obedientes porta-vozes da mídia empresarial têm nos alertado do perigo mortal representado pelos terroristas internacionais, fanáticos muçulmanos, cartéis de narco-assassinos, loucos com poder nuclear e Hitleres do Terceiro Mundo. Os poucos governos comunistas que permanecem como Cuba e a Coreia do Norte não são mais instrumentos de Moscou, mas são males à sua própria maneira.

Por décadas, nós pensamos que precisávamos da marinha para nos proteger da URSS. Agora, com tal ameaça tendo desaparecido, o chefe das operações navais, Almirante Trost, explicou que nós ainda assim precisamos de uma enorme marinha. A marinha, ele disse, deve ir para lugares problemáticos e “mostrar a bandeira” — terminologia imperialista das antigas para a prática de mandar navios de guerra para portos estrangeiros para intimidar populações inquietas com uma demonstração de força.

Os navios não mostram a bandeira, eles mostram as suas armas: as de longo-alcance que podem lançar morte e destruição muitos quilômetros no interior de um país. Nós costumávamos chamar estas demonstrações de “diplomacia das canhoneiras”. Hoje, é menos provável que seja um navio armado ou um navio de guerra e mais provável que seja uma força tarefa naval com porta-aviões, bombardeiros de luta, mísseis e helicópteros de ataque.

Trost também argumentou que nós precisamos de uma poderosa marinha para “conflitos locais e regionais”. É a auto-apontada tarefa dos EUA policiar um mundo perturbado. Mas por quê? Para o benefício de quem e sob o prejuízo de quem esse policiamento foi feito? Oficiais normalmente não nos contam que seu trabalho é proteger corporações transnacionais de movimentos sociais que buscam igualdade. Ao invés disso, eles usam termos codificados como “conflitos regionais e locais”. Quando tudo isso falha, eles falam sobre defender “nossos interesses” no exterior, um termo pega-tudo para justificar quase qualquer ação.

Durante a campanha presidencial de 1992, Bill Clinton jurou traçar um novo curso para o futuro da nossa nação, nos lembrando que nós devemos ter a “coragem para mudar”. Mas, uma vez eleito, Clinton permaneceu em passo cerrado com seus predecessores Republicanos, lutando por um aumento no gasto militar dos EUA, ostentando os EUA como superpotência global, e jurando que os “interesses dos EUA” no mundo todo iriam ser apoiados por força militar quando necessário.

Como seus antecessores, Clinton não permitiu um exame crítico do que aqueles interesses poderiam ser. Como um membro dos corpos legislativos da elite, dominados pelos interesses corporativos — o Council on Foreign Relations, a Bilderberg Conference e a Trilateral Commission (2), Clinton é — ideologicamente e de forma pessoal — parte do círculo íntimo do poder, não alguém que irá estremecer o barco, quanto menos mudar o seu rumo.

Alguns críticos enxergam o estabelecimento militar dos EUA como nada além de um fútil desperdício. Eles geralmente veem a política externa dos EUA como algo burro. Mas o que pode ser custoso e mal-direcionado para um interesse de classe (Cidadãos comuns e contribuintes), pode ser recompensador e produtivo para outro (Empreiteiros de serviços de defesa e o oficialato militar). Isto pode ajudar a explicar o motivo pelo qual o gasto militar dos EUA permanece em um nível muito acima daquele praticado no auge da Guerra Fria (Mesmo após ajustar os valores pela inflação).

Essencialmente, gastos militares coincidentemente são uma das maiores fontes de acumulação doméstica de capital. Eles constituem uma forma de gastos públicos que os negócios adoram. Quando o governo gasta fundos no setor da economia que não tem como objetivo o lucro — setores como o serviço postal, ferrovias de propriedade pública, ou hospitais públicos — ele demonstra como o público pode criar bens, serviços e empregos e expandir a base de impostos, sem a necessidade de ganho privado feito por investidores corporativos. Estes gastos competem com o mercado privado.

Em contraste, um contrato de defesa é como qualquer outro contrato de negócios, só que melhor. O dinheiro do contribuinte cobre todos os riscos de produção. Diferentemente de fabricantes de geladeiras, que devem se preocupar em vender suas geladeiras, fabricantes de armas têm um produto que já foi contratado, completo com garantias sobre aumentos de custo. O governo também paga o custo de maior parte da pesquisa e desenvolvimento da produção do produto.

O gasto militar abre uma área de demanda potencialmente sem limites. Quanta segurança militar ou supremacia militar é o suficiente? Sempre terão novas armas para desenvolver e para serem atualizadas. Além do mais, a maior parte dos contratos militares são dados sem uma competição com licitação, então fabricantes de armas, mais ou menos, ganham o preço que eles pedem. Por isso, é tentador desenvolver sempre mais armas e equipamentos, cada vez mais elaborados e mais caros, que serão cada vez mais, mais lucrativos.

Não é de se admirar que contratantes de defesa gozam de uma taxa de retorno substancialmente maior que aquelas taxas usualmente disponíveis no mercado civil. Não é de se admirar que líderes corporativos não tenham se apressado para cortar gastos militares. Por que desmantelar seu paraíso ilimitado, com baixo risco, alto lucro, de vários bilhões de dólares? Gastos em armas reforça o setor privado corporativo, mesmo quando empobrece o setor público que não é voltado para o lucro.

Essas, então, abrangem as duas razões básicas do porquê os EUA assiduamente permanecem uma superpotência armada, mesmo na ausência de um inimigo real: Primeiro, manter o mundo um lugar seguro para acumulação de capital global requer um estabelecimento militar massivo. Segundo, um estabelecimento militar massivo por si só constitui uma fonte de uma acumulação de capital imensa.

Estadunidenses devem entender como, em nome da paz, militaristas travam uma guerra silenciosa contra os povos do mundo. Nós deveríamos entender que temos um interesse em acabar com o estado de bem-estar da indústria de defesa. E nós deveríamos perceber que não ganhamos nada ao apoiar o intervencionismo global que saqueia os recursos do mundo e acumula lucros para os poucos, enquanto empobrece os muitos, seja nacional ou internacionalmente.

Notas:

(1) Parenti cita Reagan aqui, que utiliza o termo “cry uncle” (“Gritar tio” ou “gritar pelo tio”, em tradução literal). O termo é utilizado por crianças, que gritam quando alguém já apanhou muito e a brincadeira de luta foi longe demais, resolvi traduzir para “arregar” que seria o mais próximo análogo em português. Reagan disse isso sobre os revolucionários nicaraguenses sandinistas em 1985: <https://www.latimes.com/archives/la-xpm-1985-05-02-me-20551-story.html>

(2) Council on Foreign Relations (Traduzindo literalmente: Conselho sobre Relações Exteriores), é um think tank estadunidense, especializado em relações interiores, com a função de alinhar seus membros bilionários e produzir tanto pessoas “qualificadas” quanto “discutir” política internacional, sendo um de seus produtos a famosa revista Foreign Affairs. A Bilderberg Conference (Traduzindo literalmente: Conferência Bildeberg) é outro think tank, com objetivos um pouco “diferentes”, oficialmente o think tank tem o objetivo de “reforçar um consenso sobre o Capitalismo Ocidental de livre-mercado e seus interesses ao redor do globo”, segundo a sua página da Wikipédia, o grupo é composto por burgueses de diversos ramos e seus ideólogos da academia, bem como políticos e é famoso por ter regras sobre manter a privacidade do que é dito lá dentro. Por fim, a Trilateral Commission (Traduzindo literalmente: Comissão Trilateral) é outro think tank no estilo de organização não-governamental fundada por David Rockefeller, com o objetivo expresso de produção de confrontar problemas econômicos.

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